Caracterização química e mineralógica de rejeitos da mineração do ouro.

Abstract

Na mineração de ouro, a flotação e a cianetação são os processos de beneficiamento mais utilizados, os quais geram rejeitos cujas composições precisam ser caracterizadas para monitoramento desde o início até o fechamento da mina. Desta forma, o propósito deste trabalho foi compreender a composição dos resíduos contidos nas barragens de rejeito desta mineração. O processo de preparação das amostras consistiu, após a secagem em estufa a 50ºC, de homogeneização em pilha cônica e prismática, seguida de quarteamento em alíquotas que foram denominadas RFOAT e RCOAT, para flotação e cianetação, respectivamente. As amostras foram caracterizadas por meio de distribuição granulométrica, DRX, FRX e análise elementar de carbono e enxofre. Verificou-se que a granulometria da RCOAT é menor que a da RFOAT, com 46 e 61% das partículas com granulometria de 6 e 148 µm, respectivamente, visto que o concentrado da cianetação passa por mais uma etapa de cominuição. De acordo com a DRX, observou-se uma maior concentração de minerais sulfetados na amostra RCOAT, pois nesta, além dos picos de minerais verificados no RFOAT, foram encontrados os minerais esfalerita, galena, pirrotita, microclínio e albita, uma vez que esses minerais podem estar associados ao ouro. A análise elementar confirmou os resultados da DRX, com teores de C e S de 2,5 e 0% e 0,64 e 15,4% para RFOAT e RCOAT, respectivamente. Análises como medidas de potencial zeta, TG/DTG, MEV, IV, ICP-OES estão sendo realizadas para a caracterização dos rejeitos que compõem a barragem, além dos ensaios de periculosidade e solubilidade (ABNT) e ecotoxicidade (CONAMA).